As empresas privadas de petróleo no Brasil aumentarão a produção média anual em 75% até 2030, passando de 1.221 para 2.123 barris por dia (b/d), segundo a Wood Mackenzie.
Espera-se que empresas internacionais de petróleo como Shell, Equinor, TotalEnergies, Repsol Sinopec e Petrogal estejam entre os principais produtores, pois são parceiras da Petrobras no pré-sal e nos campos em desenvolvimento.
Entre esses ativos estão Tupi, Sapinhoá, Atapu, Sépia e Mero, localizados na prolífica bacia de Santos.
Enquanto isso, a Shell opera o projeto Gato do Mato, para o qual ainda não há decisão final de investimento, e a TotalEnergies o campo Lapa, que deverá aumentar a produção nos próximos anos.
E a Equinor lidera os consórcios que desenvolvem os empreendimentos Bacalhau e Pão de Açúcar, os quais devem entrar em operação ainda nesta década.
“Em relação às empresas privadas nacionais, deve haver uma consolidação nos campos offshore e onshore”, disse à BNamericas Marcelo de Assis, diretor de pesquisa em upstream da Wood Mackenzie.
Nesse caso, destacam-se 3R Petroleum, que adquiriu diversos ativos da Petrobras, como Papa Terra e Peroá, além dos polos Pescada e Arabaiana, Potiguar e Macau; Enauta, que opera o campo de Atlanta; Trident Energy (Pampo e Enchova); Perenco (Pargo); e PRIO (Frade e Wahoo).
Esta última iniciou recentemente a produção de um novo poço (ODP5) em Frade, com produção inicial estabilizada em cerca de 8 mil b/d de petróleo, contribuindo para ultrapassar a marca de 100 mil b/d da empresa em âmbito global.
Segundo Assis, a Petrobras produzirá cerca de 2.150 b/d este ano, chegando a 3.460 b/d em 2030.
Os principais impulsionadores do crescimento da produção da empresa serão os campos de Búzios e Mero, no pré-sal da bacia de Santos.
DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O SETOR DE PETRÓLEO
Embora as projeções sejam otimistas, alguns desafios se apresentam no horizonte para o setor de petróleo no Brasil. A Petrobras, uma das principais atuantes, prevê um aumento gradual em sua produção, com previsões para produzir cerca de 2.150 b/d este ano, chegando a 3.460 b/d em 2030. Os campos de Búzios e Mero, no pré-sal da bacia de Santos, são apontados como os principais impulsionadores desse crescimento.
Entretanto, a reforma tributária, que atualmente está em debate, pode trazer incertezas para o aumento da produção, pois ainda não há clareza sobre a evolução dos impostos e do regime aduaneiro especial de petróleo e gás, conhecido como Repetro. Outra preocupação é a possível mudança no cálculo do preço mínimo do petróleo estabelecido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que pode impactar as participações governamentais, como royalties.
Segundo a projeções da Wood Mackenzie, podemos concluir que o setor de petróleo no Brasil projeta um crescimento expressivo, impulsionado tanto pelas empresas internacionais como pelas empresas privadas nacionais. Com ativos promissores, como os campos do pré-sal na bacia de Santos, o país se mostra como um importante player no mercado global de petróleo. No entanto, desafios regulatórios e tributários exigem atenção para garantir o desenvolvimento sustentável da indústria petrolífera brasileira nos próximos anos.
Fonte: bnamericas